domingo, 20 de abril de 2014




O mito de Édipo Rei


Na antiguidade, os gregos cultuavam uma série de deuses (Zeus, Hera, Afrodite, etc.) e semideuses, acreditando que os mesmos tinham forma humana. Por isso, a religião deles era conhecida como politeísta antropomórfica.

A distinção entre deuses e semideuses se dava através do fato de que os deuses eram imortais e provenientes da geração divina. Já os semideuses eram fruto da relação de um deus com uma mortal e não tinham a imortalidade.

Um mito clássico na História da Filosofia é o da tragédia “Édipo Rei”, que posteriormente, no século XIX, foi utilizado por Freud para falar do amor dos filhos para com os pais durante a infância. A história é seguinte:

Laio, rei da cidade de Tebas e casado com Jocasta, foi advertido pelo oráculo de que não poderia gerar filhos e, se esse mandamento fosse desobedecido, o mesmo seria morto pelo próprio filho, que se casaria com a mãe.

O rei de Tebas não acreditou e teve um filho com Jocasta. Depois se arrependeu do que havia feito e abandonou a criança numa montanha com os tornozelos furados para que ela morresse. A ferida que ficou no pé do menino é que deu origem ao nome Édipo, que significa “pés inchados”. O menino não morreu e foi encontrado por alguns pastores, que o levaram a Polibo, o rei de Corinto, que o criou como filho legítimo. Já adulto, Édipo, também foi até o oráculo de Delfos para saber o seu destino. O oráculo disse que o seu destino era matar o pai e se casar com a mãe. Espantado, ele deixou Corinto e foi em direção a Tebas. No meio do caminho, encontrou-se com Laio que pediu para que ele abrisse caminho para passar. Édipo não atendeu ao pedido do rei e lutou com ele até matá-lo.

Sem saber que havia matado o próprio pai, Édipo prosseguiu sua viagem para Tebas. No caminho, encontrou-se com a Esfinge, um monstro metade leão, metade mulher, que atormentava o povo tebano, pois lançava enigmas e devorava quem não os decifrasse. O enigma proposto pela esfinge era o seguinte: Qual é o animal que de manhã tem quatro pés, dois ao meio dia e três à tarde? Ele disse que era o homem, pois na manhã da vida (infância) engatinha com pés e mãos, ao meio-dia (idade adulta) anda sobre dois pés e à tarde (velhice) precisa das duas pernas e de uma bengala. A Esfinge ficou furiosa por ter sido decifrada e se matou.

O povo de Tebas saudou Édipo como seu novo rei, e entregou-lhe Jocasta como esposa. Depois disso, uma violenta peste atingiu a cidade e Édipo foi consultar o oráculo, que respondeu que a peste não teria fim enquanto o assassino de Laio não fosse castigado. Ao longo das investigações, a verdade foi esclarecida e Édipo cegou-se e Jocasta enforcou-se. Quando no final Édipo se cega, diz:

    Foi o deus Apolo que me quis submeter a esta amargura! Porém a mão que golpeou meus olhos não foi a de ninguém, senão a minha: que mais pudera desejar eu ver, se a vista só me dava desprazer?

A tentativa de reflexão e de autoconhecimento retrata o logos nascente (a razão). Daí em diante a filosofia representará o esforço da razão em compreender o mundo e orientar a ação.


O COMPLEXO DE ÉDIPO

No século XIX, Sigmund Freud fez uma reinterpretarão do mito de Édipo, denominada como o Complexo de Édipo. Segundo Freud, o Complexo de Édipo é um conjunto de desejos amorosos e hostis, que uma criança experimenta em relação aos seus pais. Em sua forma positiva, o complexo é semelhante à história do mito, ou seja, desejo da morte do rival que é a pessoa do mesmo sexo e desejo sexual pela personagem do sexo oposto. Em sua forma negativa, apresenta-se de forma inversa, ou seja, raiva do sexo oposto e amor pelo mesmo sexo.

De acordo com o pensamento freudiano, o Complexo de Édipo é vivido entre os três e os cinco anos e desempenha um papel fundamental na estruturação da personalidade e na orientação do desejo humano. Ele ainda ressalta a influência do comportamento dos pais na vida da criança.

4 comentários:

  1. Eu naum acredito ein DESTINO, acredito no futuro DETERMINADO por Deus !

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  2. Eunão acredito em destino , eu acredito que as coisas acontecem de acordo com oque você produz , faz ,ou planta em sua vida .

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  3. muito interessante. o mito mostra que o destino pode alterar nosso livre arbítrio mesmo quando tentamos fugir desse mesmo. é uma boa teoria.

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  4. Eu penso que temos liberdade para fazer escolhas, e essas escolhas têm consequências boas ou más. Porém, as vezes, somos surpreendidos por situações e acontecimentos que surgem sem que tenhamos feito qualquer escolha. Como explicá-los a partir da relação entre causa e efeito, escolha e consequência? Não sei. Permanece o mistério. E aqui fica um espaço para o destino. É complexo mesmo!

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