quarta-feira, 16 de abril de 2014

Cronos nos devora...

Representação de Cronos e Reia num baixo-relevo romano.
        Cronos simboliza o tempo e é a divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega. Filho de Urano, o Céu estrelado, e Gaia, a Terra, é o mais jovem dos Titãs. A pedido de sua mãe se tornou senhor do céu castrando o pai com um golpe de foice.
       A partir de então, o mundo foi governado pela linhagem dos Titãs que, segundo Hesíodo, constituía a segunda geração divina. Foi durante o reinado de Cronos que a humanidade (recém-nascida) viveu a sua "Idade de Ouro".
      Cronos casou com a sua irmã Reia, que lhe deu seis filhos (os Crónidas): três mulheres, Héstia, Deméter e Hera e três rapazes, Hades, Posseidon e Zeus. 
      Como tinha medo de ser destronado, Cronos engolia os filhos ao nascerem. Comeu todos exceto Zeus, Hades e Poseidon, que Reia conseguiu salvar enganando Cronos enrolando uma pedra em um pano, a qual ele engoliu sem perceber a troca.
   Quando Zeus cresceu, resolveu vingar-se de seu pai, solicitando para esse feito o apoio de Métis - a Prudência - filha do Titã Oceano. Esta ofereceu a Cronos uma poção mágica, que o fez vomitar os filhos que tinha devorado.
     Então Zeus tornou senhor do céu e divindade suprema da terceira geração de deuses da Mitologia Grega ao banir os Titãs para o Tártaro e afastou o pai do trono, e segundo as palavras de Homero prendeu-o com correntes no mundo subterrâneo, onde foi encontrado, após dez anos de luta encarniçada, pelos seus irmãos, os Titãs, que tinham pensado poder reconquistar o poder de Zeus e dos deuses do Olimpo.
    Na mitologia, Cronos devorava seus filhos. Hoje o tempo nos devora. Por isso, temos medo do tempo, ou melhor, do passar do tempo. O que nos espera no futuro? Por quanto tempo estaremos aqui?

Segue a baixo uma interessante reflexão sobre “o medo do tempo”.

O medo do tempo

      O tempo é um assunto filosófico. Mas fugindo um pouco da filosofia e entrando na nossa realidade, o tempo é em alguns casos nosso amigo, noutro nosso inimigo. Sempre dizem que o tempo cura tudo, realmente, ele cura, mas o mesmo tempo que cura, é o tempo que nos leva, aí o desejo do tempo passar muda para o desejo do tempo parar. 
    O amor não correspondido, que dói, machuca, o tempo leva. O amor gostoso, correspondido, sonhado, vivido, o tempo também leva, ou leva quem se ama, ou nos leva. O tempo me dá medo. Por isso gosto do agora, não quero nada pra depois, não sei o que o tempo fará do meu depois, preciso do hoje. 
     Tento acabar com a dor com algo imediato, não deixo o tempo levar, não gosto de prolongar a dor, evito o sofrimento, causo a felicidade. Tenho medo do tempo não me deixar viver no ponto certo, na medida certa, do que eu acho certo.

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